Identidade brasileira

"O Brasil criando-se a si mesmo. Inventando um povo que constitui um novo gênero humano, fundindo herança genética e cultural de índios, negros e europeus num gênero humano novo, uma coisa nova que nunca houve é isso, uma nova aventura brasileira." (Darcy Ribeiro)

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Da série recordando a sala de aula

2) Fatores que contribuíram para a desestruturação das sociedades pré-colombianas, segundo GIBSON e WACHTEL:

Segundo Gibson, os Espanhóis capturavam e escravizaram Índios, independente da classe social, na qual o mesmo estava inserido. Forçados a trabalhar na agricultura e extração de minério (ouro), num ritmo intenso, obedecendo a leis que até então não conheciam. Os povos nativos da América se deparavam com uma nova realidade cruel: trabalho pesado e punições violentas. Antes da colonização, as civilizações pré-colombianas obedeciam a leis próprias e possuíam um líder que em alguns casos era também representante de Deus – havia uma integração entre religião e política. Desta forma, a sociedade se organizava, obedecendo, o líder político religioso. Com isso, os conquistadores espanhóis puderam montar sua estratégia que consistia em capturar o governante indígena, enfraquecendo toda a comunidade, que então não oferecia resistência, facilitando a dominação espanhola.
Os índios, designados chefes pelos espanhóis, eram forçados a promover a igreja e as instituições espanholas, fazendo pressão com a comunidade na qual estavam inseridos, entretanto, os desobedientes sofriam severas punições e poderiam ser assassinados e substituídos por sucessores dispostos a cooperar. Desta forma, os nativos, escolhidos chefes, eram obrigados a controlar seus semelhantes, exigindo deles obediência e trabalho forçado, contribuindo com a desestruturação da própria sociedade, em prol da sociedade espanhola.
Foram muitos os fatores que contribuíram para a desestruturação das sociedades pré-colombianas, destacando alguns, podemos citar Wachtel, que nos dá uma relação, intitulada “O trauma da Conquista”.
Wachtel nos conta que houve uma coincidência entre o calendário dos nativos, com presságios e profecias, anunciando o fim dos tempos, pois segundo as crenças, uma civilização seria sacrificada para a satisfação dos deuses e no lugar dela surgiria outra. Esta profecia se cumpriria no ano ce-acatl, e os espanhóis chegaram na América neste mesmo ano, então foram considerados deuses que retornaram.
Havia também, descontentamento das tribos que eram exploradas por outras dominadoras, que cobravam impostos. Sendo assim, os espanhóis receberam apoio dos descontentes para lutar contra os exploradores, pois as tribos exploradas acreditaram que aqueles homens brancos os ajudariam a conquistar a liberdade.
Além de todos estes fatores, as doenças do homem branco: varíola, sarampo, gripe e peste, dizimaram o povo indígena e os que sobreviveram passaram a beber descontroladamente, tornando-se alcoólatras, pois seu mundo: costumes, crenças, e tradições desabaram diante dos olhos. Foram obrigados a falar a língua espanhola e cultuar um Deus único totalmente estranho. Em pouco tempo os nativos perceberam que o homem branco não era amigo.
A desintegração das sociedades americanas fora causada não só pelo impacto psicológico, o trauma da conquista atingiu-os no âmbito demográfico, social e ideológico.

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