Identidade brasileira

"O Brasil criando-se a si mesmo. Inventando um povo que constitui um novo gênero humano, fundindo herança genética e cultural de índios, negros e europeus num gênero humano novo, uma coisa nova que nunca houve é isso, uma nova aventura brasileira." (Darcy Ribeiro)

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Recordando a sala de aula

1) APRECIAÇÃO
O autor esclarece o que é a história, teoria, prática, definição, verdade, fatos e interpretações e sobre a parcialidade que está presente em toda e qualquer pesquisa feito pelo ser humano. A importância das fontes, sua ampliação e o que contribuiu para mudanças com o surgimento da história global, que se preocupar com a história política, econômica e social, além da busca de uma aproximada pela verdade. A Obra foi publicada em 2001, com o objetivo de ensinar sobre as várias interpretações que se pode fazer de um mesmo vestígio do passado, sendo assim, esta é mais uma fonte historiográfica produzida pelo historiador, que defende que todo o discurso histórico contem uma filosofia da história autêntico.

2) A reflexão teórica sobre a história no Brasil produzida por historiadores modernos surgiu em meados da década de 1960. Até esta data, a história era produzida por sociólogos, antropólogos, etc... Nosso debate sobre a reflexão teórica no Brasil atual conclui sobre a não existência de um único modelo de produção historiográfica. Nesse momento de globalização a História pode ser também uma construção global, com um novo paradigma baseado em exigências políticas, sociais e culturais. A História, apesar de possuir caracaterísticas de produções convencional e tradicional, valoriza também nesse momento denominado pós-modernidade, construções fragmentadas. Achamos importante a necessidade de discussão sobre a escrita da história.
Apoiados em Chartier entendemos que, mesmo sabendo que a produção da história possua várias interpretações é necessário a constante busca de uma interpretação próxima da verossimilhança, daquilo que possa ser a verdade. As obras que focalizam a teoria da história que circulam em nosso meio acadêmico foram produzidas por historiadores europeus. Podemos citar Hisória e Memória de Lê Goff; A escola dos Annales de Peter Burke e Sobre a História de Hobsbawn. Às vezes encontramos em obras de historiadores brasileiros algumas citações de historiadores europeus abordando a reflexão teórica da história. A história não é algo simples e óbvio, pois existe uma multiplicidade de tipos de história, cujo único traço em comum é o fato de pretenderem investigar o passado – algumas partes dele devido à impossibilidade de abarcar sua totalidade.
No nível da teoria, a história constitui um dentre uma série de discursos a respeito do mundo. Esses dicursos “se apropriam do mundo” e lhes dão os significados que tem. A parte desse mundo que cabe à história é o passado. História e passado são diferentes, não estão unidos um ao outro de modo que se possa ter apenas uma leitura histórica do passado. “Passado e história existem livres um do outro, estão distantes entre si no tempo e no espaço”. (Jenkins, 2001, p.24)
A historiografia mostra que o mesmo objeto de investigação pode ser interpretado diferentemente por diferentes práticas discursivas, sendo que, em cada uma dessas práticas, existem diferentes leituras interpretativas no tempo e no espaço. Existem distinções essenciais entre passado e história, sendo esta última entendida como o que ficou registrado sobre o passado, é a produção historiográfica desenvolvida pelos historiadores. Passado é tudo o que passou, é o objeto da atenção dos historiadores. A historiografia é a maneira pela qual os historiadores abordam esse passado. Consiste, nas várias visões produzidas por pesquisadores que seguem uma determinada corrente. O passado já aconteceu e só é possível trazê-lo de volta mediante documentos, artigos, livros, etc... Como o nome diz, passado já passou e a história é o que os historiadores fazem com ele, é o ofício dos historiadores. O passado é lido como um texto, e tais leituras são infinitas. A história como discurso está numa categoria diferente da do passado. A maneira pela qual o historiador tenta entender o passado é crucial para determinar as possibilidades do que é a história.
Assim como a produção do conhecimento histórico é limitada, os métodos historiográficos também são, pois não existe um procedimento exatamente correto e definitivo. Segundo Jenkins, a produção historiográfica está determinada também pela ideologia. Apesar de os historiadores obedecerem à regras metodológicas para reduzirem seu grau de intervenção, existe uma grande variação de métodos (Hegel, Marx, Weber, Annales...), cuja opção é fruto de escolha do historiador, sem que existam critérios consensuais para tal esolha. Em todos os tipos de história existem conceitos históricos localizados e particulares como: tempo, causa e efeito ou base/estrutura..., que para o autor, não são alicerces universais, pois esses conceitos também têm sua carga ideológica.
A historiografia, compreendida como o ofício dos historiadores, tem entre suas finalidades o objetivo de compreender as transformações sociais e humanas ocorridas no passado. Todavia, dada a impossibilidade de o passado ser abarcado em sua totalidade, recortes são feitos dentro de um determinado período para, de dentro dele, ser selecionado um objeto de estudo, obtendo a partir do desenvolvimento desse trabalho, o conhecimento proposto. Os fatos são interpretados e não dados naturalmente e a possível verdade é construída em torno dos fatos.
Concordamos com o autor no que diz respeito a refletir sobre a utilidade da história e a estarmos sempre nos questionando, tirando proveito das dúvidas. Mas a meta do historiador é buscar a verdade, A Verdade parece ser uma eterna busca dos historiadores, lançando mão de desconstruções, revisões e reconstruções de um objeto. Com base no texto de Jenkins, podemos dizer que a história é interpretativa e relativa, que é uma construção do historiador, como demonstra a citação - “...valores e interpretações... predominam na maioria [das] interpretações do passado...” (2001, p. 61).
A credibilidade contida na verdade da história também decorre em função de sua classificação científica pois, “...ciência... parece funcionar” (2001, p. 56). A verdade pode ser uma construção do historiador, porém ela passa pela revisão de profissionais capacitados, já reconhecidos, para que o saber histórico seja elaborado com rigores científicos. O profissionalismo dos historiadores, através de suas constantes investigações dos fatos históricos, coloca a história o mais próximo possível da verdade.


3) CONCLUSÃO:
Segundo o autor, concluímos que não conseguiremos conhecer o passado como um todo, e que por mais que os historiadores tentem reduzir através de rigorosos métodos a influência do historiador interpretativo, não existe história definitiva, mas ela é relativa. O passado não é em si um objeto histórico, mas uma construção do historiador, o qual obedecendo a critérios para controlar sua construção, transforma o objeto em uma escrita da história. Também aceita a pluralidade de interpretações e de construções da narração. Entretanto, concluímos, também que a prática da história não se limita à sua escritura, mas deve contar com o apoio de técnicas adequadas para compreender os vestígios do passado, para então inscrevê-lo na ordem do conhecimento científico e, entendemos que é necessário tentar chegar o mais próximo possível da verdade com consciência de que a verdade não é absoluta.



II) O título da obra “A história repensada”, mostra que é necessário repensar a historiografia que antes se baseava somente nos fatos que falavam por si só e que hoje com o surgimento de novas fontes, o pensamento positivista cede espaço para a nova história e a revolução documental. Sua contribuição é ampliar o conhecimento sobre a nova história e quais as mudanças no contexto da sociedade pode ter contribuído para a ampliação das fontes. Repensar a história é interpretar os fatos é fazer uma apreciação crítica sobre as fontes o contexto na qual ela está inserida.

Obs: este trabalho originou-se do estudo dirigido, elaborado pelo grupo: Caroline, Elisabete, Isabel e Marli


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JENKINS, Keith. A história repensada. São Paulo, Contexto 2001, p.15 a 68

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