Reflexões sobre Angola

Concluindo o curso de extensão sobre Literatura Angolana alguns aspectos relacionados à vida em Angola chamam atenção por mostrar a identidade dos angolanos. São elementos que podem ser estudados do ponto de vista histórico, apesar de se tratar de um curso sobre literatura e, por isso poderíamos apenas relacioná-los a educação em angola. Entretanto, ao falar sobre a literatura e a poesia em o professor abordava um pouco sobre os eventos históricos do País a fim de nos fazer entender a origem dos acontecimentos iniciados pelo domínio português “Angola foi uma antiga colónia de Portugal, com o início da colonização no século XV, e permaneceu como colónia portuguesa até à independência em 1975. O primeiro europeu a chegar a Angola foi o explorador português Diogo Cão. A sua capital e a maior cidade é Luanda.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola)

Estudar sobre a literatura e a poesia angolana de hoje nos remete aos eventos históricos de ontem que influenciaram na política e na vida econômica e social das pessoas. Hoje:“Angola é um país da costa ocidental de África, cujo território principal é limitado a norte e a leste pela República Democrática do Congo, a leste pela Zâmbia, a sul pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico. Inclui também o enclave de Cabinda, através do qual faz fronteira com a República do Congo, a norte. Para além dos vizinhos já mencionados, Angola é o país mais próximo da colónia britânica de Santa Helena.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola)

Sendo assim, salientamos a seguir as questões relacionadas a história do País, abordadas no referido curso:

1. A sociedade angolana é centrada nas tradições, costumes e respeito pelos mais velhos que são exemplos de sabedoria que deve ser considerada ao escolher os líderes de governo; assim é na família, na política e na religião.
2. A família é constituída não só pelo casal com filhos, mas por todos os parentes que perderam o Pai na guerra, então buscam proteção e sustento nas famílias que não sofreram perdas. O provedor da casa e protetor da família é o Pai.
3. O processo de independência pensado por angolanos que deixam o País na busca de formação acadêmica profissional nos Países da Europa e estreitam laços com Países comunistas como a Rússia e a China, a fim de implantar o regime no governo angolano. Parece que a necessidade de sair do País, buscando a formação intelectual que não encontram na África, permite um olhar externo sobre o seu País e com isso conseguem pensar sobre as mudanças necessárias para uma vida melhor e um País governado por angolanos;
4. A escolha do líder para governar o País entre os candidatos deve ter como critério a idade. O mais velho é sempre mais respeitado pela sua experiência e sabedoria, desconsiderar esta tradição é motivo de conflitos entre as tribos e até guerra civil. Entre as pessoas influentes no processo de independência, Agostinho Neto estudou em Portugal e também foi para China e Rússia conhecer o regime comunista, tornou-se um poeta respeitado voltou para Angola e promoveu a independência de País pelo partido MPLA.
5. Em Angola a formação acadêmica no exterior é buscada pelos filhos de fazendeiros e militares que se tornam a elite intelectual e conseqüentemente serão os futuros líderes da política que formaram partidos a fim de lutar por um País melhor. Por outro lado, as pessoas que não pertencem a esta elite procura aprender bem a profissão com a qual sustentará a família.
6. A religião é muito importante para os angolanos e também é uma porta de entrada de pessoas mais pobres na busca de formação profissional em Países não africanos;
7. Antes da independência na sala de aula o livro era considerado a revolução, então faz-se investimentos importantes em sala de aula, depois da independência o partido implantado controla tudo, com mensagens de otimismo de louvores ao partido. A independência promove a tão esperada liberdade, o livro deixa de ser a revolução, pois ela já aconteceu, então para os angolanos a aparência torna o fator mais considerado como valor social; a formação intelectual já não tem o mesmo significado se o angolano não se vestir bem;
8. A poesia angolana mostra o desejo do poeta em voltar a terra natal para construir uma Angola melhor, conta o sofrimento, a pobreza, as guerras e a fome;

Confirmando minhas expectativas sobre a interdisciplinaridade da disciplina de história Binencourt (1990) confirma: “A história, enquanto disciplina escolar, não tem sido ensinada apenas nas aulas específicas destinadas exclusivamente a este saber. Conteúdos históricos estão presentes em aulas de literatura, música, geografia, artes, considerando-se que a história tem permanecido como disciplina escolar exatamente por ser legitimadora da tradição nacional, da cultura, das crenças, da arte, do território.” (Circe Maria Fernandes Bittencourt – O Ensino de História e a Criação do Fato, p.43,1990.)

Contudo, concluímos o curso confirmando a noção de que a história pode ser abordada em diversas disciplinas estudadas por se tratar de uma ciência que permite a interdisciplinaridade com outras áreas do conhecimento humano.