Identidade brasileira

"O Brasil criando-se a si mesmo. Inventando um povo que constitui um novo gênero humano, fundindo herança genética e cultural de índios, negros e europeus num gênero humano novo, uma coisa nova que nunca houve é isso, uma nova aventura brasileira." (Darcy Ribeiro)

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Revolução no Egito

Sobre os protestos, ou melhor a revolução no Egito, dando fim ao governo ditador de Hosni Mubarak há trinta anos no poder, entre outras, duas questões que me chamaram atenção. Uma delas foi noticiada pela imprensa sobre a expulsão de jornalistas brasileiros que estavam fazendo a cobertura dos acontecimentos no Cairo, presos e expulsos do País pela polícia Egípcias. Fato importante em nossos tempos nos mostram que é possível prender e mandar embora ao invés de torturar e matar. Atitude adequada, sem violência física, apesar da tensão psicológico sentida pelos jornalistas que não sabiam o que os aguardava. Felizmente foram mandados pra casa, ao contrário do que já ocorreu, como sabemos, em outras situações críticas em conflitos deste porte. A outra questão que considero relevante é ver imagens divulgadas na TV de civis pintando muros e limpando as pichações de monumentos - parece mesmo que a população se manifesta para reconstruir o País começando pela preservação de monumentos, estes que são a sua própria memória e identidade. Esta iniciativa mostra que os egípcios querem mesmo fazer parte deste momento histórico, tentando reconstruir o cartão de visita do País, os monumentos. Isto me faz lembrar a Revolução dos Cravos que derrubou o regime salazarista em Portugal, em 1974, no poder há quarenta anos. O cravo vermelho era a flor símbolo dos soldados revolucionários e a ação da população em distribuir as flores que deu o nome ao movimento "A Revolução dos Cravos ou A Primavera em Lisboa mostrou o desejo de mudar o País de forma pacífica. Conforme *Licon Secco, O fato é que a revolução, que tinha um discurso socialista, foi, pouco a pouco, caminhando para um regime social-democrata, mais preocupado em integrar Portugal à comunidade européia e ao capitalismo. No entanto, naquele dia, 25 de abril de 1974, enquanto nascia o Portugal de hoje, com flores vermelhas na lapela, os soldados e a população, sem imaginar o que viria, mas confiantes no futuro, entoavam em conjunto a música proibida: “Em cada esquina um amigo/ Em cada rosto igualdade/ Grândola, Vila Morena/ Terra da fraternidade”. (* Lincoln Secco é doutor em história pela Universidade de São Paulo)
Estes acontecimentos mostram a História em movimento, o fazer história nos tempos modernos não idealizado por um líder revolucionário, mas por pessoas, cidadãos comuns que buscam a construção de um mundo melhor, numa tentativa de trazer junto a esta reconstrução a preservação da sua memória histórica representada nos monumentos. Que estas atitudes revolucionárias pacíficas sirvam para outros governos e pessoas que desejam um mundo mais digno na sua realidade. Entretanto, não quero dizer contudo, que uma revolução é um mar de rosas, apesar de mais pacífica do que outros eventos houve mortos, tensão, prisão, agressão contra os manifestantes, mas até onde sabemos não ocorreu o requinte da crueldade como em outras tentativas de revolução. O futuro não se sabe e se os Egípcios vão conseguir conquistar a democracia desejada e que governo eles conquistarão agora, nos resta torcer para que o novo governo atenda aos anseios dos cidadãos Egípcios.

2 comentários:

  1. Oi Marli... muito interessante a matéria... adoro as "coisas" do Egito!
    Grande abraço!!!
    Josie (sou amiga da Marle... hehehehehehe, lá do escritório onde ela trabalha)

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  2. Obrigada pela participação. O debate incessante sobre as coisas do mundo mantem a história me movimento.

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